INFORMAÇÕES BOTÂNICAS
Seiva. - Líquido que as raízes
absorvem da terra e que serve para a nutrição do vegetal a que
pertencem. A seiva circula nos tecidos das plantas. Há duas espécies de
seiva: a ascendente ou bruta, e a descendente ou elaborada. Esta é que
alimenta o vegetal.
Fibras. - São filamentos que se encontram em todos os vegetais, dispostos de diversas maneiras, constituindo as partes lenhosas.
Crescimento das plantas. - As
camadas de lenho desenvolvem-se durante cada período de vegetação da
planta, que começa na Primavera e termina no Outono. No período de
Inverno e Primavera a madeira é fraca e macia, devido à baixa atividade
metabólica da árvore; no Verão e Outono, pelo contrário, é consistente
e dura, pois a árvore atinge seu maior período de atividade metabólica.
O número de camadas de crescimento (anéis de crescimento),
concêntricas, vistas na secção transversal e separadas por um evidente
contraste, que fica estabelecido entre as duas formações,
correspondente ao lenho produzido, aparentemente, durante cada período
de crescimento, o que permite determinar a idade de uma árvore. As
camadas internas constituem o cerne, e as periféricas, o alburno.
Nem todas as espécies de plantas têm igual crescimento. As que
pertencem à grande família das dicotiledôneas (que têm dois
cotilédones, isto é, duas folhas preexistentes nos grãos antes da
germinação), possuem crescimento externo, ou seja, na parte que fica
pouco abaixo da casca. Estas plantas são de cerne duro e alburno mole.
As espécies da família das monocotiledôneas (coqueiros, palmeiras,
dragoeiro, cana da Índia, bambu, etc.), têm crescimento interno, razão
por que a parte de fora é dura e a de dentro mole.
COMPOSIÇÃO DO TRONCO (lenho)
A composição botânica do tronco, de fora para dentro, é a que segue:
Casca ou córtice. - É o invólucro externo dos caules das plantas, as camadas corticais. Protege-as contra as intempéries e os insetos.
Líber ou floema.- É a
entrecasca, a parte mais interna da casca das árvores e o principal
tecido de condução das substâncias nutritivas nas plantas vasculares.
Alburno. - É a camada externa
do tronco, situada entre o cerne e a casca das árvores, composta de
elementos celulares ativos e caracterizada por ter geralmente coloração
clara.
Cerne. - É a parte interna do
tronco das árvores, envolvida pelo alburno, geralmente caracterizada
por coloração mais escura que este e por ser constituída de elementos
celulares já sem atividade vegetativa. Anualmente, o líber se
transforma em alburno e este em cerne
Medula. - É a parte mais
central da planta. A medula é ocupada pelo parênquima - tecido frouxo,
normalmente mais claro que a parte fibrosa do lenho, por ser
constituído por células curtas, iguais, de paredes finas.
NOÇÕES DE FITOGEOGRAFIA
A fitogeografia objetiva estudar as características
e as condições da vida vegetal, na superfície da Terra.
O elemento de maior necessidade à vida vegetal é a água, que a planta
absorve e perde pela transpiração.
Nos lugares em que a água é rara ou inassimilável (a água muito fria ou
carregada de sais é inassimilável), os vegetais armazenam, por ocasião
das chuvas, a quantidade de água necessária para o período em que ela
falta. Para isso, as folhas e as raízes sofrem modificações, de modo a
transpirarem menos e a absorverem mais; as folhas, que são órgãos da
transpiração, são atrofiadas, ou mesmo, dasaparecem; e as raízes, que
são órgãos e absorção, desenvolvem-se extraordinariamente.
Nos lugares em que a água é abundante, dá-se o contrário: as folhas são
desenvolvidas e as raízes atrofiadas, a fim de aumentar a transpiração
e diminuir a absorção.
As plantas, no primeiro caso, têm estrutura xerófila (apreciam secas)
e, no segundo, higrófila (apreciam umidade).
Em locais em que a água é rara numa parte do ano e abundante noutra, as
plantas têm caracteres variados, sendo xerófilas, numa época, e
higrófilas noutra. Esses vegetais são de estrutura tropófila.
A natureza do solo dá lugar a que se distingam as plantas calcículas
(que preferem o solo calcário), as plantas silicículas (que vivem no
solo silicoso), as plantas halófilas (que se encontram nos terrenos
ricos de sal marinho).
Época do corte. - Para
minimizar o ataque de parasitas, a árvore deve ser cortada nas luas
minguantes e no inverno, tempo em que a linfa (humor aquoso que circula
nas plantas) está no interior da planta. Lavradores antigos, baseados
em seus conhecimentos empíricos, afirmam que para a madeira não
carunchar, a árvore deve ser derrubada nos meses que não têm "r"
(obviamente, isto serviria para o nosso continente).
Para evitar que a madeira fermente e carunche, devido à umidade
ambiente, convém que seja retirada da mata logo após o corte. Uma vez
fora da mata, deve ser conservada ao abrigo dos raios solares, sob os
quais se fenderia pela secagem demasiado rápida da parte externa.
Secagem da madeira. - A melhor secagem natural da madeira é a que se
consegue mantendo-a em alpendres bem arejados, distantes dos raios
solares.
Exsicação artificial. - A
madeira seca rapidamente fazendo-a ferver, o que, porém, a enfraquece
significativamente.
Mais prejudicial ainda é a secagem, um tanto violenta, em estufa seca.
A madeira secada por este meio perde quase toda a resistência.
Outro tratamento, é o que consiste na imersão da madeira em banho
quente de sulfato de cobre a 1,5%, à temperatura de 70oC. A imersão em
água quente deve durar de quatro a seis horas. Findo este tempo, a
madeira é retirada para deixá-la secar lentamente.
A mais rápida exsicação, relativamente pouco prejudicial, é feita pela
flutuação das toras descascadas. Em pouco tempo, a água substitui a
seiva e a secagem faz-se rapidamente ao ar livre, depois de retiradas
as toras da água.
A imersão em água fria deveria ser feita logo após o corte, pelo espaço
de um mês a dois anos.
Os madereiros europeus faziam flutuar as madeiras no mar, para
torná-las incorruptíveis.
Atualmente existem muitos aparelhos que medem o grau de umidade das
madeiras, mas pelo som, peso, cheiro e cor, os bons conhecedores sabem
determinar o estado de cada espécie cortada; se está seca ou verde.
A madeira, quando verde, é muito pesada, graças à elevada percentagem
de umidade que contém. Ao ser percutida produz um som pouco intenso,
grave ou "mudo". Sua cor e cheiro característicos apresentam-se
alterados.
Quando seca, pelo contrário, a madeira é leve e sonora, tendo a cor e o
cheiro próprios de sua espécie ou variedade.
A madeira, ao ser cortada, contém cerca de 50% de umidade. A 30% começa
a se contrair e, a cerca de 10%, é o limite de secagem ao ar livre em
clima temperado.
O apodrecimento da madeira. - A
madeira altera-se naturalmente pela oxidação lenta, absorvendo o
oxigênio do ar e, acidentalmente, quando atacada por carunchos, fungos,
etc.
A madeira mais leve já catalogada, é a chamada anona palustria do
Brasil, que pesa menos do que a cortiça e o miolo do sabugueiro, cuja
densidade é de 76 kg para cada metro cúbico. As madeiras mais pesadas
são a casca de ferro da Austrália, que pesa 1.500 Kg/m3 e o guáiaco, da
região tropical da América, que pesa 1.333 Kg/m3.